O recebimento do 13º salário é sempre um período de alívio para o bolso dos consumidores. Ou seja, trata-se de um dinheiro extra que pode ajudar tanto no pagamento de dívidas, quanto nas comemorações de Natal e Réveillon.
Pesquisa do CNDL e SPC Brasil
Uma pesquisa feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que neste ano, mais brasileiros vão se utilizar desse dinheiro extra para adquirir presentes.
Na comparação com 2018, aumentou de 23% para 32% o percentual de trabalhadores que vão gastar ao menos parte do 13º salário com a compra de presentes. Em contrapartida, o pagamento de dívidas em atraso é a quarta opção mais citada, com 15% de citações.
Em segundo lugar ficou a intenção de poupar ou investir (24%).Entretanto, há aqueles que vão destinar o dinheiro extra para as comemorações de Natal e Ano Novo (22%).
Há ainda, 15% de pessoas que vão priorizar o pagamento de contas básicas, como água e luz, por exemplo e, 14% que vão realizar alguma viagem.
Cenário econômico
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o cenário econômico pouco melhor do que em anos anteriores pode estimular os brasileiros em ir às compras.
“O país se recupera lentamente da crise e ainda sofre com os efeitos negativos da recessão, como desemprego elevado e renda comprimida. Ainda assim, o período mais agudo das dificuldades já foi superado, o que de certa forma, pode estimular um otimismo maior dos brasileiros na hora ir de ao consumo”, afirma a economista.
De qualquer modo, mesmo com o relativo otimismo do brasileiro, a recomendação da economista é que consumidores inadimplentes devem destinar esse dinheiro para quitar dívidas.
“A prioridade deve ser sempre sair do vermelho e evitar pagamento de juros que se acumulam. Se o consumidor tem apenas uma dívida em aberto, é mais fácil resolver o problema com a chegada deste dinheiro extra. Caso exista mais de uma, a regra geral é priorizar as dívidas que têm os juros mais altos como, por exemplo, cheque especial e cartão de crédito”, afirma Marcela.
Consumidor deve fugir de parcelamentos
52% dos consumidores pretendem fazer ‘bicos’ para comprar mais presentes. Para especialistas, consumidor deve fugir de parcelamentos longos
Caso o consumidor realmente queira utilizar o 13º para a compra de presentes, a dica é não dividir em muitas parcelas para não sobrecarregar o orçamento, explica o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
“O ideal é fugir dos parcelamentos e negociar descontos atrativos nas lojas, preferencialmente pagando à vista. Pechinchar deve ser um hábito permanente do consumidor. As famosas lembrancinhas também podem ser um recurso útil para quem quer presentear sem gastar muito”, afirma Vignoli.
A pesquisa do SPC Brasil também mostra que 52% dos entrevistados pretendem fazer bicos ou outras atividades para garantir um dinheiro extra e, assim, garantir a compra de mais presentes ou de melhor qualidade.
“Organização é a palavra mais importante neste Natal. É importante planejar a aquisição de presentes sabendo exatamente o que se quer comprar. Faça uma lista de pessoas que deseja presentear e pesquise valores dos presentes. Depois, defina um limite de gastos. O consumidor deve tomar cuidado para não sobrecarregar o orçamento do começo do ano, quando é preciso lidar com despesas sazonais pesadas como o IPTU e o IPVA, por exemplo”, orienta Vignoli.
Metodologia
Foram ouvidos 686 consumidores nas 27 capitais para identificar o percentual de quem pretendia ir às compras no Natal e, depois, a partir de 600 entrevistas, investigou-se em detalhes o comportamento de consumo no Natal apenas com trabalhadores que recebem o 13º salário.
Sendo, a margem de erro é de no máximo 3,7 e 4,0 p.p, respectivamente. A uma margem de confiança de 95%.